(31.08.10)

 

Este ano tive a oportunidade de assistir uma palestra sobre Geração Y ministrada pelo Sidnei Oliveira (autor do livro "Geração Y - O nascimento de uma nova versão de líderes" e que nos concedeu esta entrevista) e dentre os temas trazidos por ele na ocasião um deles me chamou muito a atenção: a mudança.

Como assim? Uma frase que o autor utilizou e me marcou foi esta: "A mudança tira as pessoas da zona de conforto". E o fato é: ninguém gosta de sair da zona de conforto, certo? Mas o que isso tem a ver conosco - a Geração Y - e o mercado de trabalho? Simples: um dos principais motivos para que haja tanto conflito entre as gerações é justamente o medo da mudança. De acordo com Sidnei, toda a pessoa, quando tem o 1º contato com uma mudança (seja ela qual for), acaba por negar ou resistir à ideia. E a nossa geração traz enormes mudanças para o mercado de trabalho, não é? Nós, como somos a tal mudança, queremos que haja uma aceitação imediata do nosso jeito. Porém, todas as outras pessoas nos enxergam como uma mudança brusca em modelos que funcionaram por muito tempo, e por isso acabam por resistir à nossa presença.

Vou dar um exemplo mais próximo de nós: quando o Orkut mudou pela 1ª vez, ninguém ficou muito feliz. Apesar de muitos de nós quererem ter acesso à nova plataforma, a grande maioria se disse insatisfeito com o resultado. Mas, um tempo depois, todo mundo estava usando. A rede social está mudando mais uma vez e já é possível encontrar insatisfeitos reclamando das novas funcionalidades. Em quanto tempo estaremos utilizando a rede social (se ela perdurar) sem ao menos nos lembrarmos de como ela era em 2004, quando foi fundada?

Fato é que as mudanças acontecem ao nosso redor a todo momento. A nossa geração é entusiasta da mudança, mas também se receia dela em muitas situações. Já as outras gerações são muito mais ligadas ao tradicional do que nós, e isso acaba se refletindo em um conflito geracional dentro das organizações.

O que precisamos compreender é que este é um processo natural. Inicialmente uma mudança pode ter resistência, mas os passos seguintes a ela são a consciência (de que a mudança está presente e deverá acontecer), o entendimento (como esta mudança funciona e quais são seus benefícios) e, por fim, a implementação (quando a mudança é aceita e colocada em prática).

Acredito que a Geração Y esteja alcançando o patamar de entendimento das pessoas e, principalmente, das organizações. Muitas ainda se assustam com nosso jeito, nossa velocidade e forma de trabalhar, mas já conseguem enxergar os pontos positivos que estamos trazendo ao mercado. O processo está sendo gradual e, acredito eu, muito bem trabalhado pelas grandes corporações. Entretanto, acho que as médias e pequenas empresas ainda estão resistentes ou, no máximo, conscientes sobre a Geração Y.

A verdade é que as mudanças já estão ocorrendo, porém ainda estão passando por este processo de aceitação das gerações anteriores à nossa e do mercado de trabalho. E é neste momento que precisamos trabalhar uma qualidade que falta em muitos de nós, ípsolons: a paciência.

Texto de Mari Medeiros

1 comentários

  1. Samuel Barros // 4 de setembro de 2010 às 11:17  

    Aos interessados em adquirir o livro no site da Livraria Saraiva custa R$28 , na livraria Cultura R$ 35. Apenas deixar claro que não estou fazendo nenhuma propaganda das Livrarias.