(02.03.10)

COMPARTILHANDO: Categoria para compartilhar experiências de jovens profissionais, como participação em processos seletivos, comportamento no ambiente de trabalho, comentários sobre entrevistas de emprego, etc. As experiências serão relatadas através de pseudônimos para não expor os protagonistas das histórias. Portanto, nossos personagens serão sempre o João e a Maria. :)

Hoje é a vez do João compartilhar uma de suas experiências em processos seletivos, e ele escolheu contar um pouco sobre o processo d'O Boticário.

Assim como todos possuem suas "queridinhas" (empresas que, dentre tantas que oferecem processos de trainee, se destacam na preferência de cada um), pode-se dizer, sem dúvida, que O Boticário era a principal "queridinha" do João (deste João, pelo menos).

Após passar na triagem dos currículos e nas provas on-line, foi chamado para a primeira dinâmica. Logo no início, foram apresentados os valores d'O Boticário e as avaliadoras deixaram claro que a dinâmica seria bastante tranquila. Isso deixou João mais calmo, pois, apesar de se considerar um bom líder, o comportamento agressivo e exageradamente competitivo em dinâmicas não é uma de suas características.


A primeira atividade foi uma apresentação pessoal, que não deveria passar de 5 minutos, tentando abordar o seu passado, presente e futuro nos quesitos pessoal e profissional. João já havia praticado em casa o que diria caso houvesse uma apresentação deste tipo, mas utilizou o tempo fornecido para estruturar melhor suas ideias dentro do que foi solicitado.

Quando foram solicitados voluntários, João esperou um pouco para se apresentar. Quando o fez, tentou ser objetivo e não ultrapassar o tempo estipulado, sem esquecer de comentar as características e fatos importantes que havia preparado. Achou que se saiu bem, pois as avaliadoras se interessaram e lhe fizeram perguntas sobre o que havia dito. Depois, um breve case foi entregue para que, em grupos, fossem apresentadas soluções. Essa parte da dinâmica foi tranquila, João e os membros do seu grupo fluíram bem e apresentaram uma boa solução ao problema. Por fim, uma redação individual foi solicitada, em letras de forma (o que acaba tomando parte do tempo), sobre um tema bastante atual.

Alguns dias depois, chegou o esperado email de convocação para o Painel, que seria realizado na própria sede da empresa em São José dos Pinhais (PR). João, que ingressou nos processos de trainee pela primeira vez naquele ano, nunca havia participado de um painel. Leu o que pôde sobre essas etapas na internet, mas não se sentia muito bem preparado.

Chegando lá, apenas uma das avaliadoras estava novamente presente, acompanhada pelos quatro gestores da área escolhida por João. Após uma atividade quebra-gelo, para sua surpresa, foi pedido novamente uma apresentação pessoal de cada candidato. Como João achou que isso não seria pedido no Painel, acabou não se preparando como fez para a etapa anterior. Quando a avaliadora pediu volutários, houve um silêncio constrangedor. Os candidatos trocaram olhares, mas ninguém se ofereceu. Talvez por já estar um pouco nervoso, talvez por se sentir incomodado com aquele silêncio, João se ofereceu. Isso normalmente é bem-visto, não é mesmo? Tomar a iniciativa é algo bom. Mas João não estava muito bem preparado. Falou bem, mas faltou conteúdo. Assim que se sentou, sentiu que não passaria para a próxima fase. E assim que os outros candidatos foram falando, foi percebendo quanta coisa deixou de falar, de enfatizar. Mas resolveu não desistir. Levantou a cabeça para a próxima etapa do Painel, um case bem extenso sobre uma nova linha de produtos. Os candidatos foram divididos em dois grupos. Ao começar a conversar com seus colegas de equipe, viu que as ideias não batiam. João acreditava que a direção que o grupo estava tomando para o case era equivocada. Falou sua opinião uma vez, mas não foi acatada. E João não se fez ouvir, um erro gravíssimo. Aceitou a ideia apresentada e fez sua parte, continuando a ajudar a equipe. Quando a solução criada para o case foi apresentada, os gestores da área contestaram erros grandes no projeto. Exatamente os mesmos apontados por João anteriormente. Os membros da equipe olharam para ele levemente constrangidos, mas deram aos gestores a mesma justificativa dada anteriormente a João. Passou por sua cabeça comentar que tinha contestado as mesmas coisas mas que foi ignorado, porém achou que seria anti-ético e que poderia parecer que não sabia trabalhar em equipe, o que não era verdade. Saiu dali triste, cabisbaixo, já prevendo o email de rejeição que recebeu na semana seguinte.

A lição? Não é apenas uma, são várias. Não deixar que a confiança de ter ido bem em alguma etapa do processo seja tão grande a ponto de acreditar que uma boa preparação para a próxima seja desnecessária. Pesquisar o máximo possível sobre a empresa e os gestores da sua área de interesse. Quando estiver trabalhando em equipe nas dinâmicas, se tiver certeza de alguma coisa, se fazer ouvir, mesmo que seja contestado depois, ou que tenha que adaptar suas ideias. E sempre estar em processo de auto-avaliação, se lembrando constantemente de características positivas, situações profissionais, situações pessoais e outros fatores que podem vir a calhar em qualquer etapa de um processo seletivo.

Estar sempre preparado talvez seja a diferença entre o candidato escolhido e o dispensado.

* A seção Compartilhando pode ficar muito mais completa se você nos ajudar a construí-la! Situações engraçadas, de aprendizado ou que possam ajudar nos processos futuros são muito benvindas. Trocando ideias e compartilhando experiências podemos corrigir erros ou simplesmente dar boas risadas! Envie sua história para quemquersertrainee@gmail.com e faça parte desse projeto.

1 comentários

  1. wikimarketing // 30 de março de 2010 às 13:43  

    Ótimo post =)

    Já passei por essa experiência!!!