(16.03.10)

COMPARTILHANDO: Categoria para compartilhar experiências de jovens profissionais, como participação em processos seletivos, comportamento no ambiente de trabalho, comentários sobre entrevistas de emprego, etc. As experiências serão relatadas através de pseudônimos para não expor os protagonistas das histórias. Portanto, nossos personagens serão sempre o João e a Maria. :)

No ano passado, Maria se inscreveu em vários processos de trainees. Algumas empresas eram grandes multinacionais conhecidas, outras eram empresas menores, e havia ainda aquelas que a Maria nem sabia exatamente o que faziam, mas abriram processos de trainees e ela se inscreveu.

A Whirlpool-Embraco estava, em parte, neste terceiro grupo. Claro, a Embraco é tradicional no ramo de refrigeradores, mas esta era toda a informação que a Maria tinha. Ela não sabia qual a ligação entre a Whirlpool e a Embraco (pois os processos foram conduzidos separadamente para cada empresa), não conhecia a história, valores ou estilo das empresas.

Após passar pela triagem de currículos e testes online, Maria foi convocada para as dinâmicas de grupo da Whirlpool, em Joinville (SC), onde fica a sede da empresa, e onde os trainees aprovados iriam trabalhar. Como não é uma cidade muito distante da sua e a Maria poderia ir de ônibus até lá sem grandes despesas, decidiu arriscar e investir nesse processo.

A dinâmica começou com a apresentação da consultoria responsável pelo processo, da empresa e estrutura do programa de trainees. A Maria, nessa hora, começou a ficar um pouco decepcionada. O programa era ótimo, mas muito focado nas áreas de exatas e projetos de tecnologia e engenharia, e a área da Maria era humanas. Mas como ela tinha sido aprovada nas fases anteriores, e havia mais candidatos de humanas presentes, resolveu esperar e torcer para vagas na sua área.

O vídeo institucional também a deixou um pouco desapontada. Em nenhum momento foi citada a área de interesse dela. O vídeo falava sobre a estrutura da empresa, um pouco sobre responsabilidade social, mas nada específico sobre a área a que ela estava concorrendo.

Após uma apresentação pessoal dos candidatos e um rápido coffee-break, houve a discussão e apresentação de um case em grupos. Por ter perdido um pouco do interesse na empresa, a Maria não participou tão bem quanto poderia. Mas pôde prestar atenção aos outros candidatos e viu ali um grupo muito bom. Vários demonstravam liderança, inteligência, pensamento rápido e foco em resultados.

Depois de encerrada essa etapa, foi solicitado que todos aguardassem até que os avaliadores discutissem seus pontos de vista, e os feedbacks seriam dados ali mesmo. A espera foi grande, quase uma hora... alguns tiveram que cancelar passagens de ônibus ou tentar trocar os horários por telefone. E quando as respostas saíram, apenas dois candidatos foram aprovados, de uma turma de quase 30 pessoas. Foi visível a decepção da maioria, pois os feedbacks foram vagos: "você não conseguiu mostrar quem é", "faltou se destacar mais no grupo", "poderia ter mostrado mais sua personalidade". Todos ouviram mais ou menos a mesma coisa, com palavras diferentes.

A Maria não sentiu muito por essa "bota", já que a empresa não era o que ela esperava. Mas o desgaste poderia ter sido evitado, caso ela tivesse se informado melhor antes de decidir ir à dinâmica. Os processos de trainee envolvem muitos fatores - tempo, dinheiro, dedicação, preparação emocional - então é importante saber (de preferência antes de se inscrever) o que a empresa faz, quais seus valores, como ela trata seus funcionários, qual é o seu foco de negócios e como funciona o seu programa de trainees.

A Maria poderia ter deixado de ir nessa dinâmica, mas valeu como uma experiência e um aprendizado: a importância de selecionar empresas que combinam com o seu perfil pessoal.

Se você também pensa assim, não deixe de ler os perfis que são publicados junto com as informações sobre cada processo seletivo aqui no "Quem quer ser trainee?". E claro, entre no site da empresa, pesquise, leia notícias sobre ela e, caso conheça funcionários dela, é sempre bom perguntar como é o clima e o ambiente de trabalho.

* Agora, queremos que você participe: você pesquisa sobre as empresas antes de se inscrever? Ou já se decepcionou ao participar de uma dinâmica, como aconteceu com a Maria? Se quiser que a sua experiência também apareça no "Quem quer ser trainee?", anonimamente ou não, nos envie um email: quemquersertrainee@gmail.com.

2 comentários

  1. Anônimo // 6 de abril de 2010 às 14:32  

    Bom esse aqui está o velho dilema, participar do máximo de dinâmicas que puder ou apenas daquelas que realmente interessam? Bom no caso da Maria ela já perdeu o entusiasmo de inicio e isso já é suficiente para deixar seu rendimento pessoal muito abaixo do que poderia ser. Eu penso da seguinte forma se vc tem tempo e condições financeiras para bancar deve fazer todos os processos que puder ,mas pessoas que ás vezes trabalham ou não podem participar de tantas etapas presenciais devem apenas participar daquelas de interesse , de qualquer forma em ambos os casos conhecer a empresa em que vai participar do processo de seleção e fundamental.......as informações que vcs colocam aqui já é de grande ajuda para chegar em uma dinâmica com uma idéia do perfil da empresa.
    abraço

  2. Anônimo // 6 de abril de 2010 às 15:01  

    Ainda existe a questão do feedback.A maioria de empresas de Rh que organizam os processo seletivos de Trainee não fornecem feddbacks objetivos como nos processos de concurso público por exemplo. E isso nos leva a pensar que às vezes esta faltando alguma coisa na gente, quando na verdade o que existe é apenas uma incompatibilidade entre o seu perfil pessoal e o da empresa em questão. Por isso cabe mais a nós mesmos procurar aquilo que precisamos melhorar para poder ser aprovado na empresa que sonhamos.