(17.03.10)

Conseguir seu espaço no mercado de trabalho está cada dia mais complicado. Ainda mais para quem está começando...

De acordo com um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), 31% dos jovens entre 18 e 24 anos estão à procura por uma vaga.

Existem aqueles que realmente gostam do que fazem e se dedicam a isso. Mas, ainda assim, é preciso ter uma visão sistêmica e muita criatividade para entrar e crescer em um mercado que transborda novos bacharéis.

Atualmente, ser formado por escolas renomadas é requisito básico na disputa por uma vaga. Entretanto, a formação nas chamadas “escolas de griffe” vem cedendo seu lugar a características pessoais como criatividade, liderança, iniciativa, comunicação e, principalmente, habilidade para perceber e resolver problemas no ambiente corporativo.

No ano passado, milhares de candidatos não conseguiram ocupar as 872 vagas de estágio e trainee oferecidas por grandes empresas. Muitos foram dispensados por problemas curriculares, como formação insuficiente, falta de domínio de línguas estrangeiras e conhecimentos de informática. Contudo, boa parte foi descartada pela falta das características pessoais já citadas.

Além disso, a falta de experiência é uma das principais barreiras para conseguir a tão sonhada vaga. Em toda entrevista de emprego nos deparamos com as famosas perguntinhas de RH: “conte-nos uma experiência em que você se mostrou um bom líder”, “dê um exemplo de um projeto em você obteve sucesso e como o alcançou”, ou ainda, “por que a minha empresa deve te contratar?”.

O mercado cobra a prática mas não dá oportunidade para que o jovem pratique, cobra experiência de quem nunca pôde vivenciá-la. Alguns ainda procuram outros caminhos, fazem malabarismos com outras áreas até conseguirem se encaixar em uma, mas a maioria fica “presa” à esperança de que a vaga certa vai aparecer, cedo ou tarde.

É preciso ter fôlego para lidar com as mazelas de um primeiro emprego com um salário que nem de longe é aquele que sonhávamos na época da faculdade.

A verdade é que se com estudo está difícil, experimente viver sem ele. Se você pretende que alguma coisa aconteça com você, é melhor fazer algo do que apenas ficar esperando. Faça um curso, informe-se, corra atrás de novas oportunidades. Se nada aparecer nesse período, pelo menos não foi um tempo desperdiçado!

Texto de Paty Fatuch

12 comentários

  1. Sylvio // 17 de março de 2010 às 11:18  

    Vale lembrar, que a dificuldade do 1º emprego tem certas particularidades. Nesse caso, vale mais o estudo. Passada essa fase (dos primeiros empregos), o peso da experiência começa contar cada vez mais.

    Uma pesquisa realizada com empregadores constatou que a primeira coisa que eles olham ao pegar um currículo são as empresas em que o candidato trabalhou.

  2. Ferzinha // 17 de março de 2010 às 13:43  

    O duro que não está difícil somente para nós, recém saídos de universidades.. Está dificil para aqueles que já tem muitos anos de experiência. As empresas estão contratando de acordo com a idade também.
    Então, somos eliminados pela falta de experiência, e quem tem experiência é eliminado pela faixa etária... mas a grande pergunta é: como podemos ter grande experiencia e continuarmos jovens, se na hora certa de ganharmos experiencia não conseguimos uma boa oportunidade?

  3. Mari Medeiros // 17 de março de 2010 às 15:13  

    E o mais engraçado de tudo é que muitos (se não a maioria) de nós fomos forçados a escolher uma faculdade aos 17 anos, sem maturidade alguma para tomar uma decisão deste tamanho. Entramos no mercado jovens, com 20, 21 anos, isso quando conseguimos. Ou então nos frustramos ao longo do caminho e mudamos o curso, o que nos faz 'perder' alguns anos e acabar entrando no mercado bem mais tarde, com 24, 25 anos..
    O mercado vai ter que se adaptar ao jovem e engolí-lo de alguma forma, pois foi o mercado que nos obrigou a buscar uma carreira tão cedo. Quem sabe com o novo Ensino Fundamental mais longo e o ano a mais que os jovens terão para escolher um curso ajude a criar futuros profissionais um pouco mais conscientes e menos frustrados com suas escolhas.. ;)

    Mari Medeiros

  4. Unknown // 17 de março de 2010 às 16:40  

    Pois é, eu acho que a escolha pela profissão deveria ser feita mais tarde. Eu vivi a experiência que a Mari comentou, de entrar na faculdade muito cedo (16 anos), escolher errado e recomeçar depois, pra me formar com 24 anos. Mas o lado positivo é que além da maturidade para escolher o curso, a pessoa também é mais centrada e consciente dos seus objetivos ao se formar...
    É complicado entrar no mercado de trabalho com 20 ou 21 anos quando ele exige a experiência profissional, habilidades pessoais, perfil de liderança e comprometimento que uma pessoa nessa idade pode ainda não ter desenvolvido, por estar em um momento de transição e descobrindo quem é e o que quer da vida.

  5. Anônimo // 18 de março de 2010 às 10:01  

    Concordo com todos acima, passo hoje por um grande dilema na minha vida. Me formei aos 20 anos em TI, concluí minha pós-graduação aos 21. Trabalho na área já tem 5 anos, hoje tenho 23 anos. Ganho em torno de 6K CLT, porém desanimei com esta área. Hoje faço um MBA em Gestão de Negócios, e o dilema é entre abandonar este cargo BEM remunerado que tenho hoje, ir para fora estudar e ficar fluente no inglês, voltar e recomeçar tudo do zero em alguma área que nem defini, mas algo relacionado a administração. Creio que minha vontade é aprender em alguma empresa por um tempo, sair e empreender. Mas existem muitas dúvidas e sentimentos de medo pelo pós arrependimento.

    Alguem comenta?

    Abraço a todos, O BLOG ESTÁ MUITO SHOW!

  6. Unknown // 18 de março de 2010 às 10:22  

    Bom, eu vou dar a minha opinião particular sobre o seu dilema... Eu acho que você tem só 23 anos, está em um momento da vida em que ainda pode arriscar mudar de área e de ambiente. Você tem vários fatores a seu favor, pois como tem um emprego bem remunerado, pode investir em cursos, viagens e uma boa preparação pra essa nova ideia de carreira.
    Claro, a gente sempre pensa "Mas e se não der certo? Vou deixar me emprego seguro e as coisas podem não sair como eu planejei".. mas se você traçar um objetivo e for atrás dele, com certeza várias oportunidades boas vão surgir.
    Eu, no seu lugar, arriscaria esse recomeço. Não adianta trabalhar em uma área que não te agrada, por melhor que seja o salário. Se aos 23 anos você já se sente insatisfeito, imagine quando chegar aos 30? Mas aí você pode já ter outras responsabilidades, talvez até mesmo estar iniciando uma família, e voltar atrás e recomeçar do zero se torna mais difícil.
    Mas essa é só uma opinião, claro. Você deve pensar no que é melhor para você, no que vai te realizar pessoal e profissionalmente... Boa sorte com a escolha! :)

  7. Unknown // 18 de março de 2010 às 11:42  

    Olá pessoal!

    Fico feliz com os comentários! Realmente é uma dificuldade que todos nós, jovens e inexperientes, enfrentamos no começo da carreira. Acredito que, aos poucos, o mercado vai perceber essa dificuldade e se adaptar, ainda que demore.


    Sobre o dilema acima... é realmente complicado. Eu me formei no curso que queria e não me arrependo. Mas estou há dois anos sem colocação. É frustrante pensar que eu tenho 23 anos e nenhuma experiência. Acho super importante sim fazer o que a gente gosta, mas não dá para ignorar os benefícios de tudo o que você conquistou até agora. No seu lugar, e diferente da Carol, eu continuaria trabalhando em TI e tentando descobrir do que eu realmente gosto. Acho que você deve arriscar mudar de profissão sim e ser feliz com o que gosta, desde que você saiba que profissão é esta. Agir com calma e refletir bastante, na minha opinião, é o melhor caminho.

    Acho que te confundi mais, né? hahaha

    De qualquer forma, boa sorte!

  8. Anônimo // 18 de março de 2010 às 11:43  

    Olá Carol,

    Obrigado pela sua opinião, eu também estou pensando desta mesma maneira que você citou. Creio que o momento é de mudança, o que pode causar um tanto de medo justamente pelo que você colocou, "e se não der certo". Mas de tudo se tira um aprendizado não é mesmo?

    Bom, agradeço pelas palavras. Visito diariamente o blog de vocês, ótima a iniciativa.

    Parabéns!

    Bruno

  9. Bruno // 18 de março de 2010 às 11:46  

    Ahhh tranquilo Patrícia... realmente essas MEGA decisões causam um tanto de conflitos. Mas é isto ai.. Continuo na TI apenas como uma forma mantenedora do MBA que estou fazendo e de algum curso no exterior que irei fazer. Afinal, o dinheiro abre muitas possibilidades. Mas é o caso, trabalho em TI com a cabeça lá na frente, me preparando para algo maior.

    Um abraço!

  10. Mari Medeiros // 18 de março de 2010 às 12:09  

    Bruno,

    Eu já penso como a Carol. Recentemente eu saí do meu emprego justamente pra tentar virar trainee, que é algo que sempre foi meu sonho. Abri mão de um emprego estável por uma possibilidade, algo que eu nem mesmo sei se vai dar certo. Se me arrependo? Não sei, ainda não tive chances de me arrepender. Se der errado e eu não conseguir meus objetivos, talvez eu me arrependa, sei lá. Mas em que momento da vida a gente pode abrir mão de algo para ir em busca do que desejamos? Quando tivermos 35 anos, filhos e uma família para sustentar? Ou agora?
    Acho que você tem que pensar muito antes de tomar uma decisão, mas se é isso que você deseja, acho que não deve se prender por um ótimo salário e estabilidade. Se você tem condições de se sustentar para ir em busca desse sonho, vá atrás!
    Acho que não podemos dar um salto sem pensar nas consequencias antes, mas quem é que foi feliz na vida sem arriscar alguma coisa? ;)

    Um abraço,

    Mari

  11. Tati Abrão // 18 de março de 2010 às 13:26  

    Olha só todas as meninas do QQST dando pitaco na sua vida, né? hehehe
    Bom, você tocou num tema que a gente ainda vai comentar nos textos aqui no blog, que é a questão do "emprego que a gente não gosta mas paga bem" versus o "emprego que a gente gosta mas paga mal". Acredito que isso vai do momento que cada um está na vida, sabe? Se você fez uma boa reserva com o dinheiro do seu salário e não tem muitas responsabilidades pessoais ainda, talvez valha a pena investir na área que te agrada (mesmo que você ainda não saiba bem qual é, hehe). Ainda mais se for pra investir em você e no seu currículo, como em experiências novas (ir para o exterior, por exemplo) e cursos que vão aprimorar seu conhecimento. Pessoalmente, acho que a experiência no exterior é algo fantástico, tanto para a sua vida profssional como para a pessoal. Se você tem essa oportunidade hoje, por que não aproveitá-la?
    Se a intenção é fazer curso no exterior, não teria como, mas se a idéia fosse apenas escolher uma nova área e fazer cursos interessantes, dá para você tentar conciliar com o seu emprego atual, não é mesmo? E deixar a troca do emprego um pouco mais pra frente, quando você já souber a área do seu interesse. Mas, essa escolha é você quem tem que fazer, mesmo com tanta gente opinando, hehe.
    Boa sorte com o sua decisão! :)

  12. Bruno // 18 de março de 2010 às 14:17  

    Hehehe.. é mesmo hein.. agora que eu vi que os comentários são das "meninas" do blog! Agradeço a todas pelas opniões, todas as idéias tem muito a ver com o que eu anda matutando, logo, me ajudam a refletir de uma maneira mais abrangente.

    Um abração à todas e aguardo este post sobre esta situação do trabalho de crescimento vs trabalho que da dinheiro hein! Até +!