(24.03.10)


Estava lendo o texto de Tatiana Kielberman, "Os super-heróis da Geração Y são os pais", no Foco em Gerações (disponível clicando aqui) e me fiz a seguinte pergunta: no que eu sou diferente da Geração Y?

Eu sempre fui contra a generalização da minha (da nossa!) geração que é feita por muitos autores e estudos, mas também sempre encontrei características em mim que se encaixam perfeitamente nas definições da Geração Y. É normal nos encaixarmos nesses pré-conceitos, mas até que ponto isto acaba nos definindo como pessoas?

Pergunto isso pois muitos jovens encontram nessas definições um auto-conhecimento que, na realidade, não existe. É comum, hoje em dia, encontrar pessoas que se classificam como genY de carteirinha. E, no fim, agem exatamente desta forma, não por realmente serem assim, mas por quererem se sentir parte de uma "tribo" muito maior e que instiga a curiosidade de muitos. Perdem sua personalidade, sua individualidade, na tentativa de encontrar um "lugar no mundo".

Em outro texto já citei as particularidades que cada um de nós possui. Podemos ser definidos em estudos, mas somos seres humanos únicos, com características únicas e pensamentos que devem ser, talvez não únicos, mas coerentes com o que acreditamos.

Esse tema me veio à cabeça enquanto lia o texto da Tatiana por não me sentir parte do grupo dentro da Geração Y que é super-conectada com seus pais. Sou próxima da minha mãe, sim, e tenho muito orgulho de tudo o que ela fez e conquistou, mas sempre busquei fugir da super proteção que ela tentava me dar enquanto eu crescia. Eu sempre fui independente, busquei meus objetivos (e isso não quer dizer que outras pessoas não o tenham feito) e, acima de tudo, sempre quis fugir do casulo. Eu nunca tive receio de sair de casa e "criar" minha própria vida - e talvez essa vontade tenha sido um facilitador durante os dois intercâmbios que fiz e tenha me deixado um pouquinho mais preparada para, quem sabe, ser trainee.

Voltando à pergunta que fiz no início do texto e às questões que levantei anteriormente: em que somos diferentes das atribuições dadas à Geração Y? Se você parar para pensar, é capaz de descobrir coisas que nem imaginava. Somos todos ansiosos e desesperados por feedback? Queremos todos crescer em pouco tempo? Somos todos infiéis às empresas e fiéis ao nosso próprio crescimento? Todos nós não conseguimos aceitar a hierarquia?

A verdade é que lemos todos os dias classificações a nosso respeito que acabamos perdendo o limite entre o que somos e o que "devemos" ser de acordo com os autores desses textos.

É importante para nós, jovens, conhecer a nossa geração e procurar melhorar nossos defeitos - pois, acredite, temos muitos. Mas devemos ter olhos críticos ao buscarmos informações e, mais ainda, devemos utilizar essas ferramentas em busca do nosso auto-conhecimento, avaliar no que somos bons e no que precisamos evoluir. Não perca seu individualismo, ele é fundamental para diferenciar você de outros candidatos em um mercado onde somos, aparentemente, todos iguais.

Texto de Mari Medeiros

5 comentários

  1. Unknown // 24 de março de 2010 às 12:35  

    Oi Mari,
    Concordo com você.
    Não é bom aceitarmos os rótulos que são colocados, mesmo que nos encontramos em muitas características nele empregada.
    Talvez o passo importante nisso tudo é avaliar em que aspecto cada um se identifica e em quais melhorias deve-se fazer. Uma introspeção... porque como você mesma disse, o individualismo é fundamental para diferenciar onde aparentemente somos todos iguais.
    bjs

  2. Mari Medeiros // 24 de março de 2010 às 20:22  

    Oi Ju,
    Fico feliz de ver que mais gente pensa como eu. Eu não gosto muito de ver as pessoas se rotulando como Geração Y sem pensar nas particularidades que possuem, parece uma perda de identidade, não?
    Acho importante nos prendermos nas nossas qualidades e nos detalhes que nos tiram desse lugar comum pois são esses pequenos detalhes que podem ser fundamentais para a aprovação em um processo seletivo, ou para conseguir uma vaga de emprego, por exemplo. Os programas de trainee são concorridíssimos, e são poucos os que são aprovados. O que será que eles têm de diferente de toda essa "massa de geração y" para serem os escolhidos, não é? ;)
    Obrigada pela visita!
    Um beijo!
    Mari

  3. Bruno // 25 de março de 2010 às 09:50  

    Concordo plenamente, seria realmente a geração Y um conjunto de sentimentos e atitudes ou uma plaquinha que as pessoas estão colocando no pescoço para definí-las?
    Ultimamente tenho lido bastante a respeito e tenho sentido isto, pessoas tomando atitudes para se encaixarem nos padrões GENY. Perdendo sua individualidade para seguir algumas modas e tendências.
    Eu me identifico com a "marca" GENY, porém é apenas uma identificação, não sou e não faço tudo o que é ditado por tais conceitos. Algumas coisas me pareço e outra não.
    Todos que tentam se adequar a tais características sempre acabam se frustrando no final.

    Abração para vocês meninas!
    Bruno

  4. Anônimo // 29 de março de 2010 às 10:08  

    Realmente, a maioria dos textos que tenho lido a respeito do assunto, faz generalizações dentro das quais não me considero dentro. Sim eu me idêntico como sendo um membro da geração Y em vários pontos, principalmente por ser muito ligado a tecnologia e a internet. O feedback é importante, mas acho dá para me virar sem ele, acho que sei lidar bem com a hierarquia de comando e também consigo me virar bem sem meus pais, portanto tenho as minha particularidades. Depois de participar de alguns processos seletivos de estágio para algumas grandes empresas ano passado comecei a analisar quais os fatores eram mais importantes para me diferenciar dos outros candidatos. Percebi que pontos como experiência (de trabalho e viagens para o exterior), conhecimentos ( línguas, atualidades, informática ,etc) eram importantes, mas normalmente analisados nas etapas de triagem ou em provas , que são geralmente as etapas iniciais dos processos. Já nas ultimas etapas como dinâmicas, entrevistas e painéis os fatores mais analisados são as “habilidades pessoais” como capacidade de trabalhar em grupo, criatividade, liderança, iniciativa, capacidade em resolver problemas,etc.Muitas destas características as vezes fazem parte de nossa personalidade, pois as desenvolvemos durante o nosso processo de criação e são mais complicadas de serem mudadas ou criadas, mas isso não significa que não possam. Ano que vem pretendo participar de alguns processos de Trainee, estou me preocupando desde já em formar e fortalecer algumas características que consistem minha individualidade e então poder usá-las como um diferencial na busca de uma vaga nesses processos tão concorridos, sempre pensando no perfil da empresa em que busco trabalhar é claro.
    Parabéns pelo blog garotas, sempre que posso estou acompanhando.

  5. Marianne // 30 de março de 2010 às 11:16  

    Meninos,

    Obrigada pela participação de vocês! Adoro saber que mais gente também pensa como eu e as meninas! Acho que devemos sempre buscar a nossa individualidade, especialmente o que existe de melhor nela, e tirar proveito disso.. E, mais ainda, observar o que temos de "ruim", o que podemos aprimorar.. Concordo que muitas características que são avaliadas nos processos nós adquirimos ao longo da vida, mas acho que o ato de tomar consciência dessas características é o primeiro passo para buscar uma melhora, né? :)

    Um abraço pra vocês!

    Mari Medeiros