(14.04.10)

Você já sabe, ao se inscrever em um programa de trainees, que o objetivo é selecionar futuros líderes para as empresas. Os candidatos, em sua maioria, são recém-formados que fizeram estágios, participaram de projetos acadêmicos ou trabalharam como funcionários efetivos antes de participar da seleção, mas é pouco provável que algum deles já tenha ocupado um cargo de liderança.

Assim, o que os recrutadores buscam são candidatos com potencial, jovens profissionais que possam, ao ser treinados, desenvolver habilidades e crescer rumo à liderança. Mas será que os jovens da geração Y estão preparados para liderar? E como eles serão no papel de líderes?

Particularmente, eu acho que podemos esperar uma grande mudança no modelo de liderança e nos relacionamentos entre gestores e equipes nos próximos cinco anos, quando os genY que estão entrando agora nas empresas começarem a atingir seus postos de gerência. Os jovens da geração Y estão, cada vez mais cedo, assumindo responsabilidades (mesmo em estágios é comum ver estudantes realizando atividades essenciais à empresa; quando mostra atitude, o estagiário deixa de ser o "faz-tudo") e se preocupando com o futuro de suas carreiras.

Então, por mais que as habilidades de gestão ainda não estejam desenvolvidas, eles possuem uma base sólida formada tanto pelos conhecimentos acadêmicos como pela experiência de vida, ao entrar em uma organização. E é a partir desse alicerce que os trainees irão crescer e tornar-se líderes.

Por todas as qualidades que esses jovens possuem, acredito que a tendência é esperar deles uma liderança de mente aberta, pronta a ouvir e falar com seus "subordinados" de igual para igual, sabendo valorizar a opinião de cada um e as diferenças do grupo. Uma liderança que considera importante manter a qualidade de vida da sua equipe, entende a necessidade de tempo para a vida pessoal e de se desligar do trabalho e ter outras atividades fora do horário comercial. Mas principalmente, uma liderança que sabe a importância do reconhecimento e do feedback, pois estas são atitudes que nós esperamos dos nossos gestores agora. Nós queremos trabalhar e saber se estamos atingindo as expectativas da empresa, ter nossos sucessos reconhecidos e falhas apontadas. Então, o mais provável é que esse feedback se torne natural nas equipes de trabalho, conforme os Y's se tornarem líderes.

Mas claro, como uma pessoa tem características únicas, não podemos prever o líder que cada um será. Só uma coisa é certa: não basta nos preparar para entrar em um programa de trainees, temos que estar abertos a crescer e liderar.

Texto de Carol Weiss

5 comentários

  1. Leo // 14 de abril de 2010 às 10:56  

    Gostei do texto Carol!Acho que sintetizou bem a visão geral de como deve ser a perspectiva de crescimento e liderança da GenY nas grandes empresas nos próximos anos... e o importante é que sempre vão existir nossas características únicas para nos diferenciar ;)
    abraço

  2. Marianne // 14 de abril de 2010 às 22:11  

    Oi, pessoal! Sumi, mas estou de volta hehehe ;)

    Concordo muito com o que o Leo disse, o importante é que sempre vão existir características únicas para nos diferenciar..

    Tenho uma opinião sobre isso que não sei se todos concordam.. Mas acho importante pensar no tipo de líderes que queremos ser desde já.. Eu, particularmente, faço esse exercício diariamente.. Penso em como lideraria uma equipe em determinada situação, ou como agiria com um empregado que fizesse alguma coisa, enfim.. Situações hipotéticas, sempre pensando qual seria a melhor maneira de agir de acordo com a forma que eu gostaria de ser avaliada/criticada hoje.. Acho que muitos jovens querem ter uma relação com seus chefes e gestores que, no futuro, podem não acabar seguindo.. É muito fácil exigir um tratamento que não pretendemos oferecer qdo existir a oportunidade, né? Por isso acho importante pensarmos nisso desde já.. É uma preparação a mais, ao menos psicológica!

    Gente, amei ler os comentários dos outros textos! Estou fora de casa, de mudança com a minha irmã, então só tenho acompanhado por cima as discussões.. Mas fico feliz de ver tanta gente participando e voltando! Obrigada, mesmo!

    Um abração,

    Mari

  3. Bruno // 15 de abril de 2010 às 10:55  

    Muito interessante, não sei se vai realmente existir este caso do trainee que tem muita vida pessoal ou que gosta de fazer outras coisas. Existem empresas totalmente focadas no estilo "NO LIFE" o que é um problema.
    São nas primeiras atividades que fica legal para saber se a pessoa é ou não um líder, cabe ao gestor avaliar. Geralmente os comportamentos são muito diferentes.

    Parabéns pra vocês! Lembrando que hoje é o último dia do processo da KPMG... espero estar com um sorriso no rosto amanhã! =D

    Beijoss!
    Bruno

  4. Unknown // 15 de abril de 2010 às 11:04  

    Pois é, Bruno, é comum encontrar empresas que esperam que os trainees (e os outros funcionários também) sigam esse estilo "no life", como você disse... Mas acho que aí vai de cada um aceitar isso ou não, né? Depende do estilo de vida que a pessoa considera melhor.

    Eu, particularmente, não me enquadraria nisso... talvez durante um tempo sim, mas não indefinidamente, porque considero importante manter um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e vejo essa preocupação em muitas pessoas da nossa idade também.

    Eu espero que, com o tempo, as próprias empresas percebam que os funcionários rendem mais e se sentem mais motivados a trabalhar quando possuem outras atividades além do trabalho e tempo para "viver". :)

    Abraços pra todos que estão comentando!

    Carol

  5. Leo // 17 de abril de 2010 às 15:55  

    Esse exercício de imaginar situações onde vamos liderar parece ser muito bom Mari ;)

    Acho que uma característica importante que um bom líder deve ter e persuasão. Conseguir transmitir os objetivos de forma que a aceitação por parte do funcionário acorre naturalmente, eu pelo menos busco isso.
    Mas uma técnica que eu acho interessante e que se tiver oportunidade vai utilizar e a APO (administração por objetivo)
    Você dá um contexto para o subordinado, ele te propõe objetivos, ambos discutem sobre a aplicabilidade desses objetivos e depois é feita uma revisão periódica para ver se os objetivos estão sendo alcançados.
    É algo bem idealizado, pois exige certo nível de confiança do gestor no seu funcionário, mas dizem que quando funciona o nível de satisfação é alto por ambas as partes.

    Quanto à questão da vida pessoal, eu também não me adaptaria ao estilo “No Life” , pois acho que o lazer muito importante ,como voce disse Carol o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é fundamental. Tenho conhecimento de algumas empresas multinacionais grandes que estão começando a valorizar mais está necessidade que temos de um tempo para cuidar da vida pessoal e vou trabalhar em uma delas em breve,hehe

    Até mais meninas, gosto das idéias de vocês, é sempre bom estar participando aqui ;)

    Abraços
    Leo