(24.08.10)

COMPARTILHANDO: Categoria para compartilhar experiências de jovens profissionais, como participação em processos seletivos, comportamento no ambiente de trabalho, comentários sobre entrevistas de emprego, etc. As experiências poderão ser relatadas através de pseudônimos para não expor os protagonistas das histórias. Neste caso, nossos personagens serão sempre o João e a Maria. :)

Pessoal, recebemos a continuação do último Compartilhando, da "Maria", e vamos reproduzí-lo na íntegra aqui. Gostaríamos de aproveitar e pedir para que vocês se animem e continuem (ou comecem, para os que ainda não o fizeram) enviando suas experiências em dinâmicas, entrevistas e processos seletivos em geral para nosso email, para publicarmos aqui no blog.

Percebemos pelos comentários e número de acessos que esta é uma seção do "Quem quer ser trainee?" que interessa bastante a todos os candidatos, pois é possível aprender muito com os erros e acertos dos outros. Contamos com a participação de vocês. A equipe do "Quem quer ser trainee?" - e todos os leitores do blog - agradecem!

Agora sim, vamos ao email da "Maria":

"Oi, meninas!

Vim contar para vocês que fim teve aquele processo em que passei na minha 1ª dinâmica de grupo. Primeiramente, já vou avisando que o final não foi feliz: não virei trainee da empresa.

Após as dinâmicas, recebi o link de agendamento para os painéis. Teríamos que realizar uma atividade envolvendo Análise Swot em uma das lojas do grupo e preparar uma apresentação de 5 minutos. Preparar a atividade por si só já foi um grande desafio: não consegui entrar em contato com o gerente da loja e tive que, no meio do processo, mudar o foco do meu trabalho. Porém, no fim, consegui preparar algo interessante.

No painel já percebi a diferença dos candidatos com relação aos das dinâmicas. É bem mais difícil delinear pessoas "fortes", pois todos possuem características muito parecidas no trabalho em grupo, na desenvoltura para falar, etc. Se as pessoas consideram as dinâmicas assustadoras, deve ser porque nunca chegaram a um painel. Apesar disso, continuei com a mesma atitude da dinâmica. Estava muito empolgada com a vaga e, admito, cheia de esperanças, e acho que isso foi um diferencial bem grande. Observei muito as apresentações dos outros candidatos, marcando pontos positivos, e acho que isso também ajudou bastante, pois o trabalho em grupo consistiu exatamente em criar um plano de ação que englobasse ideias de todos. Como fui a única do grupo a fazer isso, acabei liderando bastante a discussão. Porém, pela qualidade dos candidatos, no fim do painel eu achava que não tinha sido aprovada.

O resultado saiu na hora e, para a minha surpresa, passei para a entrevista que seria feita com o RH da empresa e a consultoria no período da tarde! Do grupo de 12 pessoas, 4 foram aprovadas para esta entrevista. Confesso que, depois disso, me senti muito confiante. Para quem nunca tinha sido aprovada em uma etapa de grupo, ter passado em duas no mesmo processo significava, para mim, que eu tinha tudo a ver com a empresa. Além disso, saber que você está entre os 0,5% sortudos dentre os inscritos que chegaram à entrevista com o RH deixa qualquer um feliz, não é?

No período da tarde, fiz a entrevista. Ela correu tranquilamente, com as meninas fazendo perguntas sobre a minha família, sobre minhas atividades profissionais e pessoais, etc. Foi uma conversa tranquila e descontraída, porém saí da sala com a sensação de que, talvez, eu tivesse sido "eu mesma" um pouco em excesso. Não sei. Espantei o pensamento e voltei para casa torcendo para um resultado positivo.

Ele não veio. No dia seguinte, logo pela manhã, recebi o e-mail com a desclassificação. Da mesma forma que chorei quando fui aprovada na minha 1ª dinâmica, chorei por ter sido desclassificada pela 1ª empresa em que tive muita vontade de trabalhar. Não sabia o que havia feito de errado e entrei em contato com o RH, que prontamente me passou um feedback. De acordo com eles, fui muito bem avaliada, entretanto não soube dar exemplos muito fortes de influência e liderança nas minhas experiências. Eles sentiram que essas duas competências ainda não estão bem definidas no meu perfil. Depois deste feedback, tentei repensar a entrevista e percebi que realmente não soube passar estas qualidades para o RH. A partir de agora, tenho anotado situações que possam mostrar essas características e estou treinando para quando precisar falar sobre elas em alguma outra entrevista.

Fico triste de saber que o que faltou foi saber me expressar melhor. A vontade que dá é de entrar em contato com a empresa e pedir uma segunda chance, falar sobre essas experiências para provar que eu sou perfeita para a vaga. É quase desesperador. Entretanto, agora tenho consciência que situações como esta são mais frequentes do que pensamos. São experiências mal explicadas ou um fato esquecido que podem fazer a empresa decidir a favor ou contra a nossa aprovação. É preciso estar sempre preparado, ter "armas" para enfrentar nossos avaliadores.

A verdade é que o percentual de pessoas que são aprovadas em Programas de Trainee é muito pequeno. Mas será que realmente só existem 10 talentos entre 5 mil candidatos (ou até mais, dependendo da empresa)? Eu acho que não. O que realmente faz a diferença no final são os pequenos detalhes."

Nós do "Quem quer ser trainee?" agradecemos a nova participação da "Maria" aqui no blog e esperamos que outros leitores nos enviem suas histórias!

* E você, já chegou até a fase final de um processo e não foi aprovado por um pequeno detalhe? Se quiser que sua experiência apareça no "Quem quer ser trainee?", anonimamente ou não, nos envie um e-mail: quemquersertrainee@gmail.com.

6 comentários

  1. Nati // 24 de agosto de 2010 às 11:30  

    Oi Maria!

    Sei bem o que vc está passando! Após passar por vários testes e pela temida dinâmica, me classifiquei para a próxima etapa, que foi a entrevista final. A conversa não foi muito dinâmica, achei que a entrevistadora (que não era do RH, era da área) não estava muito interessada no que eu iria falar, me interrompeu várias vezes quando eu respondia alguma pergunta. Bom, também chorei muito quando soube da desclassificação, mas tudo é aprendizado. O importante é persistir, sempre! E não necessariamente como trainee, a vida e o mercado reservam inúmeras possibilidades. Então, vamos à luta! ;)

  2. Anônimo // 24 de agosto de 2010 às 16:06  

    Muito interessante.
    Parabéns ao QQST por esta iniciativa, o desabafo é muito importante para podermos recarregar as baterias e partir para o próximo desafio.
    Maria, levante a cabeça, só por sua narrativa já consegui imaginar que você é sem dúvida a candidata ideal para a vaga.
    Na vida nem tudo é justo, como a Nati mencionou, muitas vezes os entrevistadores já iniciam a entrevista tendenciosos, com conclusões equivocadas sobre nosso caráter e capacidade profissional.
    Tenho me sentido muito decepcionado com as atitudes tomadas pelo RH de muitas empresas aqui no Brasil, defendo uma reforma nesse setor, focando na Gestão de Pessoas com profissionais mais atentos em descobrir talentos. Não culpo os profissionais dessa área, mas sim o sistema em si. Infelizmente os EUA estão anos-luz a nossa frente neste quesito.

    Vou deixar uma pergunta pra querida turma que visita o QQST refletir.
    Entre 10 Headhunters de sucesso, quantos em sua opinião vieram da área de Recursos Humanos?

  3. Samuel Barros // 25 de agosto de 2010 às 12:29  

    Parabéns pela persistência em breve sua vaga de trainee chega. Muito enriquecedor seu depoimento para todos que visitam o blog.
    Tive uma experiência na França num intercâmbio acadêmico e percebi a visão meio centralizada dos recrutadores que muitas vezes querem um perfil de candidato diferente do que foi especificado na vaga.

  4. "Maria" // 25 de agosto de 2010 às 13:04  

    Oi, gente!
    Nossa, fiquei super feliz com os comentários de vocês, que fiquei com vontade de vir comentar aqui! =)
    Nati, fiquei triste com o seu depoimento, porque comigo as entrevistadoras foram muito queridas. Realmente senti que o feedback que eles me deram foi sincero, o que não foi um alento muito grande, né? Hehhe.. Saber que só precisava ter me expressado melhor, sei lá!
    Mas acho que, realmente, alguns entrevistadores já são meio tendenciosos. Às vezes já tem alguns candidatos preferidos e acabam tendo atitudes que atrapalham a gente.
    Gente, brigada mesmo pelos comentários! =)
    Bjs!

  5. Tati Abrão // 25 de agosto de 2010 às 14:33  

    Oi "Maria", que legal que você voltou pra conversar com o pessoal que comentou! Acho que essa troca de informações é muito relevante, e sempre foi um dos nossos principais objetivos com o blog! Que bom que está dando certo! :)

    Obrigada a todos!

    Tati

  6. Marianne // 25 de agosto de 2010 às 21:10  

    Oi pessoal!

    Que bacana receber a "Maria" aqui nos comentários também! E que legal a receptividade de vocês com o depoimento dela.. Como a Tati disse, nosso maior objetivo com essa seção do blog é a troca de experiências.. Se se animarem, mandem suas experiências pra gente também! :)

    Um beijo!

    Mari