(22.09.10)

No último fim de semana encontrei alguns amigos e, durante nossa conversa, o assunto viagens e férias surgiu. Um deles trabalha na empresa do pai e comentou que o sistema de trabalho deles é diferente: eles não têm férias.

Eu e os outros presentes ficamos muito impressionados! Mesmo desconsiderando o aspecto jurídico da situação, ficamos muito surpresos: "Como assim, você não tem férias? Como abre mão disso? Esses 30 dias de descanso são muito importantes!", e assim por diante. E ele começou a explicar.

Na empresa dele, o único descanso "oficial" é a semana entre Natal e ano novo. Dez dias para todos. Os outros são compensados com algumas regalias no dia-a-dia, durante todo o ano: todo feriado pode ser emendado, de vez em quando podem chegar mais tarde na segunda-feira e sair após o almoço na sexta, se possuem algum compromisso (como uma prova na faculdade, por exemplo) podem sair mais cedo, a duração do horário de almoço e o de chegada na empresa é mais flexível, e assim por diante. Passando o choque inicial de considerar a ideia de não ter 30 dias de descanso, todos começaram a avaliar a situação e, acreditem, a maioria aprovou e concordou. Na verdade, se fosse para aceitarem mesmo a proposta, prefeririam que fossem 15 dias de descanso, talvez numa data a ser escolhida pelo funcionário, mas a ideia de que essa troca era um absurdo saiu da cabeça de todos. Porque valorizamos qualidade de vida.

A ideia de empresas que aceitem uma jornada de trabalho flexível desde que prazos e responsabilidades sejam cumpridos está, aos poucos, se tornando cada vez mais presente. O Google é a concretização deste conceito, claro, mas as organizações menores estão começando a compreender isso também. A empresa do pai deste amigo ainda não está neste patamar, pois acaba descontando esse direito de flexibilidade das férias dos funcionários, o que não é o ideal, mas já é um começo, não é mesmo? Quem diria que uma empresa familiar, gerida por um baby-boomer, conseguiria adotar esta ideia de flexibilidade tão facilmente? E, acreditem, ela funciona, pois uma das prioridades entre os gen Y, pelo menos entre os com quem convivo, é o equilíbrio entre realização profissional e qualidade de vida.

Na segunda pela manhã me deparei com o texto "Como motivar a geração Y?" e encontrei nele muito do que eu e meus amigos conversamos no sábado a noite. Os tópicos citados por Wagner Rodrigues são um resumo do que, ao meu ver, a geração Y realmente procura: voz, participação, significado, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, desenvolvimento e reconhecimento.

E, ao contrário do que às vezes lemos por aí, a geração Y não deve ser generalizada como irresponsável. A maioria dos jovens saberia administrar seu tempo para conseguir não apenas cumprir suas funções como também se destacar na organização e exceder expectativas, pois todos esses pontos citados no texto de Rodrigues, tão desejados pelos Y's, não aparecem sem muita dedicação ao trabalho. Agora só nos resta conseguir provar isso para as organizações. Portanto, mãos à obra, gen Y.

Por Tati Abrão

3 comentários

  1. Tatiana Kielberman // 27 de setembro de 2010 às 14:29  

    Oi Tati, tudo bem?

    Parabéns pelo texto, muito bacana mesmo!

    Gostamos tanto que republicamos no Foco em Gerações, citando as devidas fontes, ok?

    Segue o link:
    http://www.focoemgeracoes.com.br/index.php/2010/09/27/comunicando-o-que-os-ys-querem-e-flexibilidade/

    Beijos e obrigada!

  2. Tati Abrão // 27 de setembro de 2010 às 14:37  

    Olá Tatiana, tudo bem?

    Que ótima notícia! Ficamos super felizes quando vocês escolhem nossos textos!

    Obrigada! :)

  3. Lis // 18 de novembro de 2010 às 20:20  

    Olá, Tati!

    Excelente texto!
    Estou a busca de maiores informações a respeito dessa geração na qual, por um intenso acaso, descobri que me encaixo.
    E seu texto foi deveras esclarecedor! Obrigada!

    De fato as motivações que você citou são reais: são as coisas que ME motivam.

    Vou continuar em busca de mais informações que me ajudem a encontrar o meu lugar no mundo, mas agradeço desde já o seu auxílio!