(31.03.10)

Vários estudos e pesquisas estão disponíveis atualmente sobre a geração Y. Uma breve busca no Google já resulta em aproximadamente 2.850.000 resultados que incluem definições, artigos, dados, opiniões e, principalmente, rótulos. Sim, rótulos. A geração Y está cheia deles: geração mimada, que não respeita hierarquia, sem fidelidade às empresas, entre inúmeros outros. Como comentou a Mari Medeiros no texto "A geração Y está perdendo a individualidade?", cabe a cada um de nós entender em quais rótulos nos encaixamos e em quais não. Mas, alguns dias atrás, li um texto que trouxe um rótulo que eu ainda não tinha visto (e que me incomodou muito): que a geração Y não gosta de trabalhar duro.

Ao ler e reler aquele texto, que trazia não só a opinião do autor mas também dados de uma pesquisa, fiquei pensando em como chegaram àquela conclusão e àqueles números. Porque, para mim, isso não faz sentido. Os jovens da geração Y que eu conheço são muito dedicados aos seus trabalhos. Trabalham com vontade, sempre buscando melhorar e inovar em seus cargos. Alguns até encontram dificuldade em deixar o trabalho para trás quando vão para a casa. Além disso, um dos rótulos mais citados sobre a geração Y é a pressa de crescer dentro das organizações. E como alcançariam isso sem trabalhar muito?

Talvez o que faltou ser descrito naquele texto é que, para a geração Y, a dedicação tem que valer a pena. O trabalho duro deve ser "compensado". Seja através de um bom salário, de um programa de carreira, de bônus financeiros, de satisfação pessoal por fazer parte daquela organização ou até mesmo através da simples valorização por parte do gestor. Qual dessas "recompensas" é suficiente para a geração Y varia de um profissional para outro. Mas, existindo uma delas, acredito que a dedicação e o trabalho duro surgem naturalmente.

A parte mais preocupante disso tudo é a possibilidade das outras gerações realmente ficarem com essa imagem sobre nós: uma geração preguiçosa, sem vontade de trabalhar. Mas acredito que quando os profissionais que possam ter esse preconceito entrarem em contato com a geração Y em um ambiente de trabalho, esta imagem seja desfeita. É o que toda a geração Y espera.

Texto de Tati Abrão

1 comentários

  1. Bruno // 31 de março de 2010 às 11:38  

    É Tati, é aquela velha história dos rótulos. Se uma pessoa já é difícil de ser rotulada em vista da sua grande complexidade, quem dirá a dificuldade de rotular uma GERAÇÃO desta proporção.
    Estas questões são praticamente imensuráveis, visto que todo indivíduo é diferente e possui várias características pessoais. Como já falei em algum outro comentário, me identifico com a intenção GENY que é uma visão "Para o alto e avante", porém aspectos como "não respeitar hierarquias" e "ser preguiçoso" não têm nada haver com minha personalidade.
    O mais fácil é tentar não se enquadrar nisto tudo!
    Viva a diversidade!
    Abração.
    Bruno