(05.05.10)
Uma questão que aflige muitos profissionais da geração Y é: salário versus satisfação. O que é mais importante quando não se pode ter os dois?
Quando entramos na universidade e começamos a conquistar espaço no mercado de trabalho através de estágios, as opções são muitas. E como a procura por essas vagas é normalmente maior do que a oferta, os salários nem sempre são muito vantajosos.
Nós do "Quem quer ser trainee?" somos da área de comunicação, uma área que, apesar de uma melhora significativa nos últimos anos, ainda não valoriza financeiramente os seus estagiários. Claro, algumas empresas (as maiores, principalmente) são exceções, mas não são muitas. E é nesse período que começamos a questionar o que é mais importante. A resposta não é igual para todos mas, nesta época, a maioria dos universitários pensa que para ter a primeira oportunidade no mercado, vale a pena abrir mão de algumas regalias, não é mesmo? No fim da universidade, as coisas começam a ficar mais críticas. Além do aumento de responsabilidades na vida pessoal - que trazem com elas mais contas para pagar - há aquele medo de ficar fora do mercado depois de graduado.
A minha opinião durante este período sempre foi a mesma: um dos lados tem que compensar. Um estágio fantástico que paga muito bem é extremamente raro. Nos estágios do "mundo real" não se pode ter tudo. Algumas pessoas não concordam, claro, mas eu sempre achei que se o estágio não é exatamente o que você esperava, ele deve ao menos pagar bem. Ou se o salário é baixo, ele tem que compensar no crescimento profissional e na satisfação pessoal.
Mas ao sairmos da universidade, o cenário muda. A troca de emprego não é tão flexível, algumas pessoas já moram sozinhas e possuem grandes responsabilidades financeiras. E também não temos tempo a perder em empregos que não ofereçam possibilidades, sejam elas financeiras ou profissionais. Mas e aí? Como fica aquele sonho do intercâmbio? De arriscar em uma nova área ou em um novo segmento do mercado? De trocar de cidade? De fazer uma nova graduação ou especialização? E o outro lado também é bastante complicado: como ficam as contas quando o emprego dos sonhos chega, mas não paga bem?
Quando essa situação se apresenta, acredito que não há uma resposta pronta. Se no começo da universidade a maioria pende para o lado "carreira", aqui isso não é regra. É uma decisão muito difícil e que deve ser tomada com cuidado, mas que depende do ponto em que cada um se encontra naquele momento. Às vezes, o salário do emprego atual é tão satisfatório que existe o medo de arriscar em uma nova área na qual a remuneração é menor. Outras vezes, pode haver uma dependência financeira ou outras responsabilidades que não permitem uma redução de salário em determinado momento. E também há o outro lado, o medo de arriscar sair de um emprego que oferece grande satisfação pessoal para buscar uma melhor remuneração. Ou o receio de deixar um emprego garantido para buscar intercâmbios, novas cidades ou empresas maiores.
Esse texto não pretende trazer nenhum tipo de resposta a essas questões, mas sim criar uma discussão e, quem sabe, uma troca de experiências nos comentários que possa ajudar a todos que estão passando ou venham a passar por situações parecidas. Você já teve que fazer essa escolha? Concorda que não existe uma regra para essas situações? Deixe sua opinião! :)
Texto da Tati Abrão
Oi Meninas! To na área!
Nossa esse post ai é justamente o que eu estou fazendo no exato momento. Tenho um emprego que até que é tranquilo, legal, e paga MUITO (área de TI). Só que sei lá... parece que estou enferrujando aqui. Eu penso em futuramente ter a minha empresa, seja do que for, então comecei a estudar negócios/administração. Penso que um funcionário não chega a ter os luxos que um patrão, e quando digo luxos eu digo LUXOS de verdade. Por isto hoje busco uma vaga em alguma empresa que abra os horizontes nesta visão gerencial para agregar conhecimentos para serem utilizados em um futuro breve de no máximo 5 anos.
Mas o medo de mudar e arrepender é grande mesmo, ainda mais mudar, para ganhar menos, em algo que você vai ter que ralar mais e em outra cidade, como poderá ser o meu caso.
E brigadão pelas dicas de Sampa, as passagens já estão compradas e sábado eu to lá no esquema da Deloitte. Vamos ver até onde isso realmente vai hehehe!
Um beijão a todas!
Valeu!
Bruno
Oi Bruno!
Acho que todo mundo passa por essa situação, de pensar em mudar mas ter medo e se arrepender depois, né? Eu saí do meu emprego no começo deste ano por várias razões, desde o trabalho que eu não gostava até a baixa remuneração, e mesmo assim tive muito medo e receio de 'jogar fora' uma oportunidade para me arriscar sem saber o que vai acontecer (nos trainees, no caso). Hoje não me arrependo, vejo a pressão que o trabalho me trazia, o stress que eu ficava o dia inteiro, e a pouca valorização que tinha lá dentro. Me sinto muito mais realizada escrevendo aqui no blog, por exemplo, mesmo sem ganhar nada com isso. É gostoso, é empolgante, me faz super bem.. Mas infelizmente não dá pra viver de blog né? Hahaha..
Eu já sofri bastante com estágios, trabalhei de graça por um ano, depois tive estágios que me pagavam 200 reais sem VT ou VR.. Fico feliz de ver que hoje em dia os comunicadores estão sendo um pouquinho mais valorizados nos estágios, mas ainda acho que somos uma das profissões menos valorizadas no mercado em geral. Talvez por isso ser trainee seja tão atrativo para nós, comunicólogos, pois a remuneração em um programa desses é muito, MUITO difícil de ser alcançada por vias normais para nós.
Boa sorte lá em São Paulo e depois venha contar pra gente se foi aprovado! :)
Um beijo,
Mari
Olá Tati, tudo bem?
Gostamos muito do seu texto e gostaríamos de reproduzí-lo no blog da Foco Futuro (www.focofuturo.com.br, com as devidas autorias e link, é claro. O que você acha?
Desta forma, poderíamos fomentar uma discussão lá também!
Avise-nos, por favor.
Obrigada
Manuela - Comunicação Grupo Foco
Olá, Manuela, tudo bem?
Fiquei super feliz com o seu comentário e, em nome de toda a equipe do QQST, posso dizer que ficamos lisonjeadas com a idéia de ter um dos nossos textos postados no blog do Foco Futuro. Sempre que houver interesse, podem entrar em contato conosco que ficaremos muito contentes.
Muito obrigada!
Tati
Olá Tati,
Que bom que gostou, o texto já está disponível em http://migre.me/CqrC
Obrigada!
Um abraço,
Manuela
Oi Bruno!
Eu lembro da sua história, inclusive foi para você que a gente tinha prometido esse texto, né? Demorou um pouquinho, mas ele saiu. hehe
Mas acho que é isso aí mesmo. Dá muito medo de arriscar, mas se é isso que você quer, tem que tentar. Mesmo que de vez em quando o que a gente quer não dê certo, eu ainda acho válido se esforçar. Porque odeio ficar com "e se eu tivesse tentado?" na cabeça! hehehe
Boa sorte com tudo aí! Depois conta pra gente como foi! :)
Beijos!
É complicado essa fase transição academico/trabalho...viver por conta não é facil...na minha opinião toda e qualquer experiencia é uma forma de construir um portifolio de nosso curriculo...deixa-se de apenas ver a questao do que se fez na faculdade para comecar a se preocupar com perguntas do tipo: que tipo de melhoria voce ja fez?
dinheiro conta, mas carreira conta mais ainda...experiencia é tudo..rs!
parabens pelo texto...nao conhecia esse blog...mas agora ja ta no favoritos!
Excelente questão levantada Tati.
gostei do seu texto ; )
A minha balança está no momento pendendo para o lado contrário ao desenho do Post,hehe
Eu coloco a satisfação em primeiro lugar. Não adianta ganhar bem sem se sentir bem!
Mas também não adianta fazer aquilo que gosta, (por mais que exista uma perspectiva de carreira) e não ser recompensado por isso.
Eu passei em um trainee ano passado e fiquei 3 meses, estava ganhando bem ,porém sentia que lá não era meu lugar , pedi desculpas e sai.
Por que tem muitos pontos que eu me disponho a mudar, mas tem alguns que não abro mão, pois fazem parte da minha identidade.
E aqui estou, em busca do emprego que encaixe com meu perfil e pague bem. Como você disse no texto Tati isso é “raro”, mas não custa sonhar ,hehe
Abraço
Leo