(09.06.10)
Nos dias 20 e 21 de Maio estive no FONATE (Fórum Nacional de Trainees, Empreendedores e Estagiários), cujo tema era a Geração Y. Ao longo dos dois dias participei de algumas atividades e assisti palestras muito interessantes e que encarei como oportunidades de criar novas discussões aqui no blog.Um dos temas que mais me chamou a atenção foi o debatido no Workshop chamado "Os desafios da liderança da Geração Y", ministrado pelo Arthur Diniz, fundador da Crescimentum. Fiz a inscrição para esta atividade imaginando que a discussão seria a respeito dos líderes da nossa geração e me surpreendi ao encontrar justamente o contrário: uma conversa sobre como as outras gerações precisam NOS liderar.
Arthur Diniz colocou que um dos maiores desafios para as gerações que nos lideram no mercado atual é quebrar paradigmas. A realidade das empresas, hoje, é formada por modelos de gestão engessados e, por assim dizer, antiquados. Os gestores Veteranos e Boomers, que ainda são a maioria, frequentemente trabalham a chefia (ou liderança?) de uma forma pouco transparente e muito rígida.
Se um determinado profissional não está feliz dentro da empresa, ele tem duas opções: pedir demissão ou aceitar o trabalho que faz (mesmo que fique infeliz). Raras são as exceções em que é dada outra oportunidade para esse funcionário. E mais raras ainda são as situações em que o profissional "ganha de presente" um cargo exatamente como o que deseja. E é justamente esse panorama que Diniz trouxe ao workshop: o de que as empresas, para reterem a Geração Y, precisam desenvolver trabalhos ao redor das aspiraçõs pessoais de cada um.
É comum encontrarmos jovens desempregados que eram valorizados dentro das empresas mas preferiram sair ao invés de ficarem infelizes. Eu mesma sou um exemplo disso, pois saí do meu último emprego por estar descontente, apesar de ser muito bem vista por meu gestor e colegas. Faço parte da parcela da Geração Y que busca a felicidade e qualidade de vida acima de qualquer salário e, por a empresa não se adequar às minhas aspirações, preferi pedir demissão.
O que aconteceria se as empresas, ao invés de deixarem os talentos irem embora, perguntassem a eles: "O que você quer ser?", "Que trabalho você gostaria de executar?". E mais ainda: o que nós, jovens, faríamos caso as empresas nos dessem essa oportunidade?
A verdade é que para esse panorama tornar-se real no mercado ainda é preciso muito trabalho e, principalmente, uma mudança de pensamentos que venha de dentro das empresas para fora. Enquanto isso, nós, jovens, ficamos à espreita, aguardando as empresas que nos valorizem como somos: dinâmicos, ágeis, competentes e, acima de tudo, focados na busca pela nossa felicidade.
Texto de Mari Medeiros
Postagens
Perfeito post, Mari. Me encaixo nesta parcela da geração Y que está à espreita, aguardando uma vaga mais adequada aos meus anseios, à uma empresa na qual eu consiga alinhar meus objetivos e competências... Existem muitas por aí, viu?! Pelo que eu estou vendo do mercado... Mas ainda é preciso ter os pés no chão. As atividades nem sempre serão perfeitas, e as vagas não se encaixaram perfeitamente aos nossos anseios.
Penso que esta é a chave para reter os talentos desta nova geração de administradores, nos darem tempo para viver nossa vida pessoal, ao invés de nos dedicarmos 12hs por dia a uma única empresa. Sinceramente aceitaria um trabalho de menor remuneração, mas que me disponibilizasse mais tempo livre para estudar e ficar com minha família, pois acho importantíssima a atualização profissional após a graduação.
Oi, meninas,
Susan, eu também acredito que o mercado tenha espaço para esses nossos anseios, mas penso que isso só está começando. Somos a geração que vai vivenciar a transição dos modelos antigos de mercado para esse que tanto almejamos e, por conta disso, teremos que ter os pés no chão, como você disse. Vamos ter que exigir o que queremos, mas também teremos que ceder em alguns momentos. Não é uma revolução, tudo a seu tempo, não é?
Joselma, também aceitaria um trabalho de menor remuneração, mas que me disponibilizasse mais tempo livre, mas não agora. Hoje penso que trabalhar bastante, enquanto sou jovem e tenho oportunidades, é o melhor. No futuro, com certeza abriria mão de muitas coisas para ter uma família, ter um tempo pra mim, etc. Acho que somos jovens e agora é momento para nos sacrificarmos um pouco (sem exageros, claro hehe).. Mas nada de abuso das empresas, né? Hehehe.. Porque não aguentamos muito tempo trabalhando 12 hrs por dia..
Obrigada pela visita de vocês!
Um abraço,
Mari
concordo com tudo que disseram até agora, principalmente o que Susa disse: "aguardando uma vaga mais adequada aos meus anseios, à uma empresa na qual eu consiga alinhar meus objetivos e competências...", porém falo como uma pertencente a geração "Baby Boomers", a geração y tem que confiar um pouco mais na experiência acumulada e não querer atropelar todos.
Acho que se agirem com um pouco mais de inteligência emocional vão perceber que unir as duas experiências, ou gerações chegaremos mais rapidamente aos resultados tão sonhados por todos.
Beijos carinhosos...
Oi, LuckMartin,
Que bacana ter a opinião de uma Baby Boomer aqui no blog! Estamos acostumadas a receber comentários somente dos Y's que, geralmente, concordam com a nossa visão meio "radical" das coisas, rsrs..
Concordo plenamente quando você diz que precisamos confiar um pouco mais na experiência dos mais velhos e não querer atropelar todos. Acho que esse é o princípio básico para que haja um relacionamento saudável dentro das empresas entre as gerações. Entretanto, por experiências que tive, enxergo que as outras gerações não aceitam nosso jeito e nossas qualificações, querem nos 'moldar' do jeito deles, e é justamente aí que nasce o conflito. Acho que, da mesma forma que temos que confiar na experiência, é preciso que as outras gerações nos enxerguem como profissionais de potencial e que trazem muitas coisas positivas para o ambiente corporativo. A via deve ser de mão dupla, sempre!
Um abraço e obrigada pela visita!
Mari
Muito legal mesmo ter a participação de uma baby boomer por aqui, hehe.
Concordo bastante com o que a Mari disse: a via deve ser de mão dupla, sempre. Assim como precisamos desenvolver a inteligência emocional, e aprender a confiar na experiência acumulada das gerações anteriores, acredito que a nossa geração precisa ganhar um pouco mais de credibilidade por parte do mercado. Somos vistos por alguns como "revolucionários", como se quiséssemos chegar e mudar tudo dentro de uma organização, e não é o caso.
Acredito que a geração Y busca adaptar as oportunidades do mercado aos seus anseios profissionais e às suas expectativas quanto a qualidade de vida. E se isso é algo que pode ser feito e pode trazer benefícios tanto para o profissional quanto para a empresa, porque não tentar?
E é aí que entra o que a Mari comentou no texto: será que não vale a pena fazer pequenas adaptações nos cargos (que algumas vezes foram moldados há tanto tempo) para segurar esses novos talentos? Algumas empresas já estão vendo que sim.
Abraços,
Tati